quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Google: anjo ou demônio?

Entra ano e sai ano a mesma coisa: o Google cada vez mais forte, maior e mais poderoso.

As últimas notícias dão conta que, para o Google, a crise já era. De fato, a empresa foi pouco afetada com a crise, comparativamente às empresas da economia tradicional, porque o Google opera em todo o mundo. O que perdeu no EUA, ganhou em parte na China e no Brasil, por exemplo.

Aí vem aquela velha questão: já que o Google é tão grande, não é muito perigoso deixar tanto poder na mão de tão poucos? Ou por outra, ela é anjo ou demônio?

Em nossa ótica monopólios são sempre traiçoeiros, e devem ser vigiados pela sociedade de perto. Assim, os monopólios devem ser devidamente regulados. E isso vale para todos: telefonia, energia elétrica, petróleo, e, é claro, sistemas operacionais e Internet.

Entretanto há alguns pontos muito positivos o Google, em relação a outros monopólios comuns nas TICs: o Google é muito baseado em software livre e retorna à comunidade muita inovação na área. Assim, ao desenvolver o Crome OS com kernel Linux, a Google indiretamente vai estar ajudando a proliferação do Linux em outros ambientes, porque os fabricantes, tendo vendas crescentes de máquinas para o Crome OS, vão acabar produzindo hardware compatível com o sistema, ou seja, compatível com o kernel Linux. Também a Google é uma grande incentivadora do software livre, pois muito do código criado em seu meio ou por programadores mantidos por eles são deixados abertos.

Agora monopólio é monopólio. Para mim quanto menos melhor. Só se justifica, principalmente em áreas sensíveis como energia ou segurança. No caso de software e Internet, o controle fica muito difícil porque as atuações das empresas estão a nível global. A regulação é muito difícil. Nestes casos, quanto mais empresas e concorrência houver, será melhor, porque o poder não vai ficar concentrado na mão de poucos. Diversidade no software é também evolução.

Se a Google não chega a ser um demônio, anjo ela também não é. Então, todo cuidado é pouco.

Um comentário:

  1. É interessante que cada vez que esse tipo de medo do Google surge de tempos em tempos.

    Uma empresa que tem buscador, álbum de fotos, rede social, email... um perigo...

    Daí ninguém se lembra que tem outra empresa que tem buscador, Instant Messenger, email, um Sistema operacional e tudo mais que roda sobre ele. Tudo bem fechadinho, produtos que usamos a tempos.

    É aquela coisa, a falsa sensação de segurança é muito perigosa. Se fica atento para um novo possível perigo que nem se nota que já se pode estar atolado até o pescoço em outro e muito pior.

    Não digo que não se deva ficar atento ao Google, mas é impressionante a frequência que esse tipo de alerta aparece e invariavelmente não se destaca o outro perigo, com vários prejuízos que já efetivamente acontecem. Vide MSOOXML na iso entre tantos outros casos.

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